Instituições Culturais do Concelho de Sintra e Mudança Social
O Concelho de Sintra possui um vasto e rico património histórico/cultural, Sintra atrai vários tipos de pessoas. As potencialidades da Região Sintrense não se limitam ao encontro selvagem da Serra, aos valores artísticos e patrimoniais da Vila de Sintra e às fabulosas praias; reúne também no seu espaço, preciosas e importantes relíquias arqueológicas, sobretudo do período Romano, antigas quintas senhoriais, igrejas, mosteiros, palácios, solares, fontes, jardins e tradicionais aglomerados de construção saloia. Destaque ainda para importantes eventos culturais, como sejam o Festival Internacional de Música de Sintra e as Noites de Bailado.
O “Museu da Arte Moderna” é uma atracção turística de grande relevo, dado ser este o único no país dentro do seu género e o mais importante da Península Ibérica. No entanto, podem ainda ser visitados, no Concelho, as Casas – Museu da Leal da Câmara e Anjo Teixeira, o Museu Ferreira de Castro, o Museu do Brinquedo, o Museu de Odrinhas e a Quinta da Regaleira, entre outros que segundo a lista existente no sitio na internet da ALAGAMARES - ASSOCIAÇÃO CULTURAL de Galamares http://www.alagamares.net/ (Publicado em: 2005-12-18), existem cerca de 65 locais/edifícios que foram abrangidos no PATRIMÓNIO SINTRENSE CLASSIFICADO, compilado pelo Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR).
Os exemplos mencionados em epígrafes, e tantos outros existentes no Concelho de Sintra, tiveram e têm contribuído no processo de mudança social, verificando-se ao longo dos séculos. Essas edificações e lugares estão profundamente ligados a formas de estar e pensar, que foram sendo criadas, melhoradas e até mesmo alteradas.
Já que se está a falar de CULTURA, será interessante tentar saber o significado de Cultura, Bens Culturais, Património Cultural.
Cultura:
É o conjunto de actividades e modos de agir, costumes e instruções de um povo. É o meio pelo qual o homem se adapta às condições de existência transformando a realidade. Cultura é um processo em permanente evolução, diverso e rico. É o desenvolvimento de um grupo social, uma nação, uma comunidade; fruto do esforço colectivo pelo aprimoramento de valores espirituais e materiais.
Bem cultural
É o produto do processo cultural, que proporciona ao ser humano o conhecimento e a consciência de si mesmo e do ambiente que o cerca.
Património cultural
O património cultural de um povo confere-lhe identidade e orientação, motivos básicos para que se veja como comunidade, ensinando valores ligados à pátria, à ética e à solidariedade e estimulando o exercício da cidadania, através de um profundo senso de lugar e de continuidade histórica. Os sentimentos que o património recorda são superiores, faz parte do quotidiano e referencia a vida das pessoas. Património cultural é, portanto, a soma dos bens culturais de um povo. Valores que podem ser transmitidos de gerações em gerações.
O património cultural apresenta-se de diversas formas.
Na forma de bens imateriais, compreende toda a produção cultural de um povo, desde sua expressão musical, até sua memória oral, passando por elementos que caracterizam a sua civilização.
Na forma de bens materiais, o património divide-se em dois grupos:
Bens Móveis - grupo que compreende a produção pictórica, escultórica, mobiliário e objectos utilitários
Bens imóveis - que não se limitam só ao edifício, mas também o seu conteúdo, garantindo o seu todo. No conjunto de bens imóveis que constituem o património de um povo e de um lugar, incluem-se os núcleos históricos e os conjuntos urbanos e paisagísticos, importantes referências para as noções étnicas e cívicas da comunidade. Esses bens possuem um valor cultural, que não é mais do que a sua capacidade de estimular a memória das pessoas historicamente enraizadas na comunidade, contribuindo para garantir sua identidade cultural e melhorar sua qualidade de vida.
O significado da arte no domínio público aparece em espaços cheios de conflitos e contradições. Falar em arte pública é pensar sobre a vida de uma comunidade. O quotidiano une as relações, não apenas as sociais, mas as espaciais, ligadas a um território, a uma comunidade. As manifestações artísticas pensadas para os espaços públicos alteram e/ou possibilitam o uso do próprio espaço público, criando formas de apropriação e de organização social e, algumas vezes, até simbólicas, que requalificam a própria vida do indivíduo, da localidade e da comunidade à volta dessas manifestações/alterações, provocando relações figurativas e cooperações que possibilitam novos campos de acção cultural. Pode ter como ideia, juntar a comunidade, sendo ao mesmo tempo uma referência histórica, de espiritualidade e fantasia (muitas vezes como imagem de ostentação e poder).
Muitas vezes desconhecemos os nomes das ruas, avenidas e praças, mas não esquecemos, visualmente, a localização no espaço físico de alguns emblemas visuais como os monumentos do concelho, sinais que integram o quotidiano, pontos de referência que distinguem o próprio espaço físico, pontos de concentração, cruzamentos urbanos que se transformam em imagens simbólicas, característicos de um local, ex.: eu desconhecia o nome da praça, onde está localizado o Palácio Nacional de Sintra (após pesquisa fiquei a saber que não é praça mas sim Largo Rainha D. Amélia).
Nas últimas décadas, no nosso país e particularmente no Concelho de Sintra, têm-se assistido a uma total falta de preocupação a nível cultural, na medida em que nos tempos actuais, o homem vive com o objectivo do imediato e do essencial, existindo ao mesmo tempo uma crise de valores, não se preocupando com os valores culturais de uma sociedade (a crise de valores aliada à crise económica, assim não o permitem), os recursos disponíveis têm que ser canalizados para o essencial, e em muitos casos a cultura pode tornar-se dispendiosas.
No entanto tem-se sentido alguma tentativa de mudança, como por exemplo a entrada gratuita, aos Domingos de manhã, em alguns monumentos do concelho, e até mesmo a nível nacional. Podendo atribuir-se esta mudança ao sentir das instituições perante a fuga cada vez mais acentuada, dos cidadãos no que à cultura diz respeito.
Numa sociedade dividida em classes, as classes dominantes, ao conquistarem o poder do Estado e o seu aparelho, passam a controlar os aparelhos ideológicos. Quer isto dizer que controlam um conjunto de instituições que funcionam de modo dominante pela ideologia e pela violência simbólica – mass media, escolas, famílias, etc.
É precisamente através dessas instituições que se realiza a acção desenvolvida pelas classes dominantes na produção e reprodução cultural dos seres humanos – as instituições ensinam os saberes práticos, mas em formas que assegurem a dependência à ideologia dominante ou o conduz à prática desta.
Deste modo, pode afirmar que as instituições, ao funcionarem de acordo com os interesses das classes dominantes da sociedade, limitam o desenvolvimento cultural de um povo, a a sua relação com a cultura. Contudo, elas vão-se modificando ao longo do processo histórico.
Com efeito, as instituições dependem da estrutura das relações de classes e a sua mudança da luta de classes. Aliás as próprias instituições são atravessadas pela luta de classes. Quer isto dizer que as instituições são também o resultado das estratégias desenvolvidas pelos diferentes intervenientes sociais, podendo desempenhar um papel activo na reprodução social ou, pelo contrário, dar origem a uma transformação social.
No entanto a sociedade está a começar a sentir a necessidade de se virar para outros valores, que não os materiais, de forma a sentir-se mais humano e não cair no abismo da anarquia.
Não são precisos só espaços culturais, é preciso uma agenda cultural bem definida e com eventos que se repitam, e não somente esporádicos (conforme convém). Não é a forma, os edifícios que vão cativar as pessoas a longo prazo. É o conteúdo, o que esses edifícios têm no seu interior que vai atrair e cativar as pessoas. A cultura deve ser para todos, pois não tem de ser só para as elites (arte privada). Por outro lado, não são só as festas com música pimba e bifanas que o povo aprecia. Merecem muito mais, muito mais. Esperemos que os vários organismos envolvidos em todas as formas de cultura, proporcionem a aproximação da população, às várias manifestações culturais, de uma forma natural e que lhes ofereçam a possibilidade de escolha, quer como participantes activos quer apenas como espectadores. As pessoas também não deverão ser passivas, não se devem divorciar da cultura, igualmente devem estar de olhos abertos e saber ver onde estão os sinais de mudança e as “marcas de futuro”.
Que os nossos jovens tenham a oportunidade que, nós, os adultos, que aqui vivemos, não tivemos. Apreciar e tomar contacto com as coisas da cultura, nas artes e nos espectáculos. Assim será possível ter uma população, onde estarão incluídos os nossos filhos e netos, com um nível cultural mais elevado.
O Concelho de Sintra possui um vasto e rico património histórico/cultural, Sintra atrai vários tipos de pessoas. As potencialidades da Região Sintrense não se limitam ao encontro selvagem da Serra, aos valores artísticos e patrimoniais da Vila de Sintra e às fabulosas praias; reúne também no seu espaço, preciosas e importantes relíquias arqueológicas, sobretudo do período Romano, antigas quintas senhoriais, igrejas, mosteiros, palácios, solares, fontes, jardins e tradicionais aglomerados de construção saloia. Destaque ainda para importantes eventos culturais, como sejam o Festival Internacional de Música de Sintra e as Noites de Bailado.
O “Museu da Arte Moderna” é uma atracção turística de grande relevo, dado ser este o único no país dentro do seu género e o mais importante da Península Ibérica. No entanto, podem ainda ser visitados, no Concelho, as Casas – Museu da Leal da Câmara e Anjo Teixeira, o Museu Ferreira de Castro, o Museu do Brinquedo, o Museu de Odrinhas e a Quinta da Regaleira, entre outros que segundo a lista existente no sitio na internet da ALAGAMARES - ASSOCIAÇÃO CULTURAL de Galamares http://www.alagamares.net/ (Publicado em: 2005-12-18), existem cerca de 65 locais/edifícios que foram abrangidos no PATRIMÓNIO SINTRENSE CLASSIFICADO, compilado pelo Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR).
Os exemplos mencionados em epígrafes, e tantos outros existentes no Concelho de Sintra, tiveram e têm contribuído no processo de mudança social, verificando-se ao longo dos séculos. Essas edificações e lugares estão profundamente ligados a formas de estar e pensar, que foram sendo criadas, melhoradas e até mesmo alteradas.
Já que se está a falar de CULTURA, será interessante tentar saber o significado de Cultura, Bens Culturais, Património Cultural.
Cultura:
É o conjunto de actividades e modos de agir, costumes e instruções de um povo. É o meio pelo qual o homem se adapta às condições de existência transformando a realidade. Cultura é um processo em permanente evolução, diverso e rico. É o desenvolvimento de um grupo social, uma nação, uma comunidade; fruto do esforço colectivo pelo aprimoramento de valores espirituais e materiais.
Bem cultural
É o produto do processo cultural, que proporciona ao ser humano o conhecimento e a consciência de si mesmo e do ambiente que o cerca.
Património cultural
O património cultural de um povo confere-lhe identidade e orientação, motivos básicos para que se veja como comunidade, ensinando valores ligados à pátria, à ética e à solidariedade e estimulando o exercício da cidadania, através de um profundo senso de lugar e de continuidade histórica. Os sentimentos que o património recorda são superiores, faz parte do quotidiano e referencia a vida das pessoas. Património cultural é, portanto, a soma dos bens culturais de um povo. Valores que podem ser transmitidos de gerações em gerações.
O património cultural apresenta-se de diversas formas.
Na forma de bens imateriais, compreende toda a produção cultural de um povo, desde sua expressão musical, até sua memória oral, passando por elementos que caracterizam a sua civilização.
Na forma de bens materiais, o património divide-se em dois grupos:
Bens Móveis - grupo que compreende a produção pictórica, escultórica, mobiliário e objectos utilitários
Bens imóveis - que não se limitam só ao edifício, mas também o seu conteúdo, garantindo o seu todo. No conjunto de bens imóveis que constituem o património de um povo e de um lugar, incluem-se os núcleos históricos e os conjuntos urbanos e paisagísticos, importantes referências para as noções étnicas e cívicas da comunidade. Esses bens possuem um valor cultural, que não é mais do que a sua capacidade de estimular a memória das pessoas historicamente enraizadas na comunidade, contribuindo para garantir sua identidade cultural e melhorar sua qualidade de vida.
O significado da arte no domínio público aparece em espaços cheios de conflitos e contradições. Falar em arte pública é pensar sobre a vida de uma comunidade. O quotidiano une as relações, não apenas as sociais, mas as espaciais, ligadas a um território, a uma comunidade. As manifestações artísticas pensadas para os espaços públicos alteram e/ou possibilitam o uso do próprio espaço público, criando formas de apropriação e de organização social e, algumas vezes, até simbólicas, que requalificam a própria vida do indivíduo, da localidade e da comunidade à volta dessas manifestações/alterações, provocando relações figurativas e cooperações que possibilitam novos campos de acção cultural. Pode ter como ideia, juntar a comunidade, sendo ao mesmo tempo uma referência histórica, de espiritualidade e fantasia (muitas vezes como imagem de ostentação e poder).
Muitas vezes desconhecemos os nomes das ruas, avenidas e praças, mas não esquecemos, visualmente, a localização no espaço físico de alguns emblemas visuais como os monumentos do concelho, sinais que integram o quotidiano, pontos de referência que distinguem o próprio espaço físico, pontos de concentração, cruzamentos urbanos que se transformam em imagens simbólicas, característicos de um local, ex.: eu desconhecia o nome da praça, onde está localizado o Palácio Nacional de Sintra (após pesquisa fiquei a saber que não é praça mas sim Largo Rainha D. Amélia).
Nas últimas décadas, no nosso país e particularmente no Concelho de Sintra, têm-se assistido a uma total falta de preocupação a nível cultural, na medida em que nos tempos actuais, o homem vive com o objectivo do imediato e do essencial, existindo ao mesmo tempo uma crise de valores, não se preocupando com os valores culturais de uma sociedade (a crise de valores aliada à crise económica, assim não o permitem), os recursos disponíveis têm que ser canalizados para o essencial, e em muitos casos a cultura pode tornar-se dispendiosas.
No entanto tem-se sentido alguma tentativa de mudança, como por exemplo a entrada gratuita, aos Domingos de manhã, em alguns monumentos do concelho, e até mesmo a nível nacional. Podendo atribuir-se esta mudança ao sentir das instituições perante a fuga cada vez mais acentuada, dos cidadãos no que à cultura diz respeito.
Numa sociedade dividida em classes, as classes dominantes, ao conquistarem o poder do Estado e o seu aparelho, passam a controlar os aparelhos ideológicos. Quer isto dizer que controlam um conjunto de instituições que funcionam de modo dominante pela ideologia e pela violência simbólica – mass media, escolas, famílias, etc.
É precisamente através dessas instituições que se realiza a acção desenvolvida pelas classes dominantes na produção e reprodução cultural dos seres humanos – as instituições ensinam os saberes práticos, mas em formas que assegurem a dependência à ideologia dominante ou o conduz à prática desta.
Deste modo, pode afirmar que as instituições, ao funcionarem de acordo com os interesses das classes dominantes da sociedade, limitam o desenvolvimento cultural de um povo, a a sua relação com a cultura. Contudo, elas vão-se modificando ao longo do processo histórico.
Com efeito, as instituições dependem da estrutura das relações de classes e a sua mudança da luta de classes. Aliás as próprias instituições são atravessadas pela luta de classes. Quer isto dizer que as instituições são também o resultado das estratégias desenvolvidas pelos diferentes intervenientes sociais, podendo desempenhar um papel activo na reprodução social ou, pelo contrário, dar origem a uma transformação social.
No entanto a sociedade está a começar a sentir a necessidade de se virar para outros valores, que não os materiais, de forma a sentir-se mais humano e não cair no abismo da anarquia.
Não são precisos só espaços culturais, é preciso uma agenda cultural bem definida e com eventos que se repitam, e não somente esporádicos (conforme convém). Não é a forma, os edifícios que vão cativar as pessoas a longo prazo. É o conteúdo, o que esses edifícios têm no seu interior que vai atrair e cativar as pessoas. A cultura deve ser para todos, pois não tem de ser só para as elites (arte privada). Por outro lado, não são só as festas com música pimba e bifanas que o povo aprecia. Merecem muito mais, muito mais. Esperemos que os vários organismos envolvidos em todas as formas de cultura, proporcionem a aproximação da população, às várias manifestações culturais, de uma forma natural e que lhes ofereçam a possibilidade de escolha, quer como participantes activos quer apenas como espectadores. As pessoas também não deverão ser passivas, não se devem divorciar da cultura, igualmente devem estar de olhos abertos e saber ver onde estão os sinais de mudança e as “marcas de futuro”.
Que os nossos jovens tenham a oportunidade que, nós, os adultos, que aqui vivemos, não tivemos. Apreciar e tomar contacto com as coisas da cultura, nas artes e nos espectáculos. Assim será possível ter uma população, onde estarão incluídos os nossos filhos e netos, com um nível cultural mais elevado.
VITMAD
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